domingo, 8 de janeiro de 2012

O PAPEL DO CENTRO ESPÍRITA NA SOCIEDADE ATUAL


Maria de Lourdes Sales da Rocha

O caos social que abate sobre a humanidade na atualidade demonstra um desequilíbrio gritante no comportamento humano. A inferioridade moral, sem dúvida, é o que alimenta este estado de coisa. Estudiosos no assunto chamam a atenção para a necessidade de buscar alternativas que possam despertar no ser humano um sentimento de responsabilidade e solidariedade, sem os quais, torna-se impossível a convivência social e conseqüentemente o tão sonhado equilíbrio que concorre para o encontro do caminho que conduz à Felicidade Plena, que segundo Santo Agostinho é onde se realiza a completude humana.
Pesquisas recentes revelam que o novo milênio aponta um cenário de depressão e frustração, de vazios e conflitos, sendo freqüente detectar, em quase todos os segmentos da sociedade, elementos e condições desse estado, por vezes sem perspectivas de melhorias, quando se omitem causas que afastam o ser humano da felicidade independente da faixa etária ou classe social a que o indivíduo pertença. São elementos ou sentimentos tais como: a ganância sem limites, a descrença, a desesperança, a ausência de valores espirituais entre outros males presentes na sociedade atual.
Esta situação de desajuste social denota um distanciamento do ser humano com Deus, criador e sustentáculo humano. Percebe-se que apesar do pensamento cristão sustentado pelo discurso dogmático sobre o destino humano ainda ser expressivo no pensamento ocidental, parece que ele não tem suscitado esforço pessoal no que tange a reforma íntima que possa fomentar a possibilidade de “salvação” e conseqüentemente o encontro com a Felicidade Plena. Pois, a felicidade na contemporaneidade reside no hedonismo, na conquista de bens materiais em detrimento dos bens espirituais que é para onde inclina o conceito de felicidade compreendido por Santo Agostinho, responsável pela síntese que consolidou o cristianismo no ocidente.
A situação acima descrita leva a acreditar que o dogmatismo religioso não esta conseguindo nortear o pensamento humano. Conforme colocação de Léon Denis: “A teoria das penas eternas não é, no próprio pensamento da Igreja, mais do que um espantalho destinado a amedrontar os maus; mas, a ameaça do inferno, o temor dos suplícios, eficaz nos tempos de fé cega, já hoje não reprime a ninguém”. (Léon Denis, O Problema do Ser do Destino e da Dor).
Assim sendo urge ofertar novos horizontes os quais tragam respostas às angustias humanas que se compreende residem nas questões tais como:
De onde vim?
Quem sou?
Para onde vou?
Segundo Allan Kardec a Doutrina Espírita tem como missão precípua resgatar o cristianismo primitivo - saciar a miséria moral e levar consolo aos corações humanos. Por esta razão os ensinamentos advindos desta Doutrina devem ser ofertados, como possibilidade de respostas às angústias humanas e, portanto, redirecionar ações e mudança comportamental positiva, tão necessária ao desenvolvimento da humanidade.

Conforme já mencionado, a missão precípua da Doutrina Espírita é resgatar o Cristianismo primitivo deixado por Jesus. Portanto, quando do cumprimento desta missão; “quando essa doutrina retornar à sua pureza primitiva, e for admitida por todos os povos, dará a felicidade à Terra, nela fazendo reinar, enfim, a concórdia, a paz e o amor”. (ESE, cap. XIII, item 17)

O centro espírita que se destina a desempenhar o papel de educador de almas e, portanto, auxiliar na construção do homem de bem, assume papel de suma importância na sociedade atual, tão carente de respostas. 

Sobre o entendimento de Divaldo Franco:

“O Centro Espírita é a célula mater da  nova sociedade, [...] realizará o mister de transformar-se na célula viva da comunidade onde se encontra, criando uma mentalidade fraternal e espiritual das mais relevantes, porque será escola e santuário, hospital e lar, onde as almas encarnadas e desencarnadas encontrarão diretrizes para uma vida feliz e, ao mesmo tempo, o alimento para sobreviver aos choques do mundo exterior.”
(Divaldo P. Franco, Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas, 2. ed., p. 19)
Assim sendo, compreende-se que urge divulgar estas verdades em prol do adiantamento moral da humanidade e conseqüentemente encurtar o caminho que a conduzirá ao encontro da Felicidade Plena.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Readaptação da história da serpente

Dizem que havia uma serpente muito feroz que botava medo em todos os outros animais da floresta em que vivia. Mordia todos que passavam por ela só para ter o prazer de vê-los gemer de dor. Um belo dia ela repensou sua vida, viu que quase não tinha amigos, estava se sentido solitária, então resolveu mudar de comportamento. Comprou umas flores e ficou esperando passar o primeiro animal a fim de pedir desculpas pelas maldades cometidas no passado e ofertar as flores.
Acontece que o primeiro animal que passou por ela, fazia parte de um grupo que resolvera se prevenir contra os ataques da mesma. Resultado, quando a serpente avistou o animal veio toda contente ao seu encontro com as flores na boca; como o animal já estava prevenido, pegou o pedaço de pau que trazia consigo e deitou-lhe pancada, a pobre da serpente que estava cheia de boas intenções ficou muito assustada pensando que o mundo era mal e que estava cometendo um erro ao tentar mudar de comportamento, acreditou que o melhor mesmo era continuar como era antes, pelo menos assim ela continuaria temida e não seria agredida por mais ninguém.

Moral da história:

É muito difícil acreditar em alguém que pelas ações cometidas no cotidiano deixa marcas negativas registradas no diário da vida. Apesar de todos terem o direito de querer mudar de comportamento devem ter o cuidado de dar tempo para que aqueles que o cercam certifiquem-se da sinceridade da proposta.

Podemos contextualizar esta fábula para compreender que o nosso passado sempre estará inserido no alicerce de nossas vidas, e que, o nosso presente além de sedimentar nosso futuro, também se encarrega de nos obrigar a arcar com as conseqüências de nossas ações passadas.
Ainda que no momento estejamos sendo incompreendidos, nunca devemos desistir de nossos objetivos. É melhor lamentarmos pelo que tentamos e não conseguimos, do que não conseguirmos por que deixamos de tentar.